Comentário 133
133
2021/06/11
Quando tropeço
No caminho da vida
Caio num profundo vazio.
Fico por lá
Sentado no vazio,
Observando o vazio,
Aumentando o vazio
Onde me encolho
E escondo.
Faço-me perguntas parvas
Que logicamente têm respostas ridículas.
Por lá estou feito tartaruga
Quando uma luz
Vinda de não sei onde,
Para não o sei por quê,
Me desperta do letargo.
Jamais me perguntei qual a cor daquele desterro.
Será que é azul,
Ou cada vazio
Em que tantas vezes caio
Terá a sua cor?
Apenas sei que, seja a cor que tiver,
Tem a cor do desespero.
Zé Onofre