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2021/02/10
Partir sem destino
É meu sonho perdido
Nos novelos do tempo.
Tantas vezes, sentado no vazio,
Encho o olhar de paisagens
Que pintor algum, mesmo dos mais afamados,
Jamais pintou.
De lápis apontado a esta folha branca,
Deixo-o ficar suspenso,
Para que os mistérios brancos que guarda
Fiquem só ao alcance do sonho.
Partir fisicamente
Encher os caminhos com os nossos pés,
Por mais que se esconda em brumas,
É pôr os passos em caminho feito.
De novo nessa partida
São os sonhos que os vão marginar,
As cantigas nunca ouvidas que os vão alegrar,
A música da guitarra que apenas os dedos conhecem.
As lágrimas que hão-de orvalhar,
As alegrias e as tristezas por nascer.
Zé Onofre