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Comentários

22
Jan23

Comentário 306

Zé Onofre

                   306 

 023/01/22

 

Sobre, Água, não é só água. Maria Soares,12.01.23 em narrativas.blogs.sapo.pt/

A água,

No seu ciclo eterno,

Leva consigo memórias

De pessoas.

Choros e alegrias,

Canções de amor e luta,

Palavras meigas e violentas,

Palavras de paz e guerra,

Palavras triviais e complexas,

 

A água,

No seu ciclo eterno,

Leva consigo memórias

De dias serenos e tempestades,

De ventos e ventanias.

De brisas e vendavais

De dias calmos e de furacões.

 

A água,

No seu ciclo eterno,

Leva consigo memórias

De corpos estendidos

Nas margens

De rios, lagos e mares,

De corpos flutuando

Nas correntes e nas ondas.

 

A água,

No seu ciclo eterno,

Leva consigo memórias

De leves fios de água

Descendo dos montes.

Correndo por rápidos e cataratas,

Serpenteando por planícies,

Ate adormecerem no mar.

 

A água,

No seu ciclo eterno,

Leva consigo memórias

De dias sem história,

De dias de festas engalanados,

De dias assombrados,

Por catástrofes naturais,

Ou pela insanidade humana.

 

A água,

No seu ciclo eterno,

Leva consigo memórias

Do fundo dos tempos,

Gravando o presente.

Que seguem para o futuro

Que está já ali à esquina

Onde o menos infinito

Se une ao mais infinito.

01
Abr22

Comentário 232

Zé Onofre

                   232 

 

022/02/15, Sobre a publicação, “Na praia”, de Graciana, em Arte na Guarda, na mesma data 

 

Aquela pessoa

Hirta na areia,

É olhada por duas gaivotas,

Que entre elas conversam.

 

Que faz esta criatura 

Estranha ao areal

Olhando a água?

 

Que procurará ela

Para lá das ondas,

Até onde a vista alcança?

 

Por que virará tão ostensivamente

As costas à terra firme?

 

Que mistério espera

Que irrompa das ondas?

   Zé Onofre

 

23
Out21

Comentário 134

Zé Onofre

              134

 

2021/06/

 

Entre campos e montes,

Regos e regatos,

Ribeiros e rios

Me criei.

Chapinhava nos campos

Alagados de água,

Mergulhado nos regos

Até acima dos joelhos.

Nadava nas águas límpidas,

Até ao primeiro mergulho,

Da poça grande.

Rebolava na erva verde das leiras,

Até ao regato, o Tombio,

No fundo da ladeira.

Brincávamos ao esconde-esconde,

Abrindo túneis

Nos campos de centeio,

De onde saíamos a coçar o corpo.

Passávamos

Tardes e noites,

Na cabana de fetos,

A ler, a jogar cartas,

A falar de tudo e de nada.

Corríamos monte abaixo

Até ao Tâmega

No fundo do vale.

Corríamos os montes às pinhas,

Para fazer fogueiras à Srª da Graça,

No alto do monte,

Onde ao outro dia se faziam piqueniques,

E se assistia à Missa

E à procissão.

No Tâmega nadávamos,

Andávamos de barco,

Tostávamos à sombra,

Mas eu não fugia da sombra.

Eram dias lindos e gratuitos

E felizes.

Vivia em pleno,

Inocente e ignorante

Da vida.

   Zé Onofre

26
Set21

Comentário 108

Zé Onofre

 108

 

Havia, numa praia,

Um poste de madeira

Pés presos na areia

A mirar, apaixonado, o mar.

Uma paixão imensa,

Que o areal contrariava.

Aproveitou um vendaval

Libertou-se daquela prisão

Mergulhou totalmente no oceano.

Ondulou horizonte afora,

Carregado de sonhos

De marinheiros de água doce.

Correu os sete mares

Largando sonhos,

Levando sonhos,

De praia em praia,

De arribe em arriba.

Cansou,

Quando os mares

Já não tinham segredos,

Que ele não tivesse descoberto.

Regressou.

Cansado,

Atou-se ao areal,

Por um lenço azul

Tecido de água do mar,

Recordação marinheira.

Zé Onofre 

 

 

20
Ago21

Comentário 70

Zé Onofre

                 70

Paz de espírito,

Quem a souber

Que m'a ensine,

Que eu vou buscá-la.

A pé ou de rastos,

Aos trancões ou aos baldões,

Pelo rio, pelo ar,

Ou pelo mar.

Digam-me onde ela está

E eu irei buscá-la.

Já tentei encontrá-la

No ruído da multidão,

Sentado quedo e mudo,

Vendo o turbilhão rodopiar.

Sentado no alto do monte

Confidenciando com o vento.

À beira rio sentado no açude

A ouvir a água cantar.

Sentado numa fraga

A ouvir o mar.

Sentado num banco da praça

Falando com o poeta de bronze

Olhando imperturbável o Marão.

Já fechei os olhos.

Já fechei os ouvidos.

Já desisti de ler.

Já desisti de tudo.

A paz de espírito

Continuou altivamente inalcançável.

Quem a souber,

Me ensine o caminho

Que eu vou buscá-la.

    Zé Onofre

05
Ago21

Comentário 50

Zé Onofre

            50

Um leito seco

À espera de água

Da chuva,       

Ou do mar.

Um mar calmo

Carinhosamente beija as pedras

Com a espuma das suas ondas.

Cabelos

Que ligeiramente esvoaçam,

Um olhar para o mar,

Ou para o além,

Mistério a desvendar.

No centro daquele mundo

Um grito vermelho,

Que somente entende,

Quem está atento à vida.

       Zé Onofre

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