Comentário 112
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Olhamos.
Paramos.
Vemos.
Uma cortina de cores,
Em que o criador nelas se enreda?
Um criador angustiado?
Um criador
Com saudades do Infinito?
Um ser único
Rolando pelos confins da existência?
Tanta coisa para além da tela.
Ou pensamos
Que existe por si própria,
Que nos tapa o horizonte?
Não poderemos ver mais além
Do que o criador criou?
Felizes
Os que olhando o mundo
O fazem o “seu mundo”.
Felizes
Os que com mãos talentosas
Fazem das cores
O barro da sua criação.
Felizes
Os que manipulam a cor
Para se mostrarem
Desvendando sentimentos
Escondendo sentimentos.
Felizes,
Os que pegam nas cores
Extraem delas a sua essência.
É então que um qualquer escrevinhador,
Com muito, pouco, ou nenhum talento,
Sente a necessidade,
A ousadia de expor
Num inocente papel,
Mesmo que de forma canhestra,
O seu sentimento.
Zé Onofre