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25
Mar22

Comentárfio 228

Zé Onofre

                   228  

022/02/08, sobre a publicação rimar pobre, Maria Soares  

 

Passo a vida distraído.

 

Passo a vida a olhar o infinito,

A ver impossíveis no horizonte,

À procura de sonhos onde não podem medrar,

A tentar o possível em terrenos improváveis.

 

Passo a vida distraído.

 

Pouso os olhos no chão.

Fecho os ouvidos aos silêncios

Que gritam do mundo em volta.

Calco as pedras do caminho perdido.

 

 Passo a vida distraído.

 

Vou para longe dentro de mim.

Passo sem andar.

Lanço os olhos ao infinito,

Sem ver.

Abro os ouvidos

E nada ouço.

Rasgo a pele nos caminhos

E nem sinto o sangue a escorrer.

 

Passava pela vida distraído.

 

Um dia cansado atirei-me ao chão.

Para ali fiquei ainda mais esquecido

Do que andara até aí.

 

De olhos piscos

Já quase fechados de tanto não ver

Uma imagem mos abriu,

E todos os sentidos com eles.

 

Estava ali o infinito,

Os horizontes impossíveis,

Os sonhos por medrar,

Os gritos dos silêncios,

A pele rasgada pelos caminhos,

O sangue nas pedras agrestes.

 

Sentado no chão,

Ou talvez suspenso das nuvens,

Uma miragem,  

Ou um ser real,

Escreve com lápis,

Ou será com as palavras que sussurra,

Numa folha longa de papel,

Ou num pedaço da paisagem

As angústias do ser,

Ou talvez as alegrias do nada,

Que gratuitamente

Distribui por presentes,

Por ausentes,

Por vindouros,

A sua riqueza

“O pensamento

Que não há machado que corte,

Quando é livre como o vento”,

Como livre é aquele ser ali

Despojado de tudo.

  Zé Onofre

10
Out21

Comentário 121

Zé Onofre

                  121

Vela,

Farol nas trevas

Entre as fragas da vida,

Que guias os espíritos,

Para uma praia dourada,

Para um ancoramento seguro.

Vela,

Luz na solidão,

Que guias as almas inquietas

Para certezas

Que acalmam as angústias.

Vela,

Unguento,

Para a dor de viver.

Vela,

És apenas uma vela,

Que o mais leve sopro de vento apaga.

Não me mostras

A paz de uma praia doce,

Não me deixas o unguento,

Que acalma as feridas de viver.

Vela,

Abandonas-me

Com uma interrogação.

Para onde vai a tua luz

Depois que te apagas?

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