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Textos/comentários a publicações de autores de outros blogs.

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Comentários

30
Abr22

Comentário 255

Zé Onofre

              B255 ------ 250

 

022/04/29

 

Sobre, O Equívoco de Se Ser, por Cuca Margoux, em 022/04/27, no blog aesquinadodesencontro.blogs.sapo.pt

 

Saberei eu quem sou?

Ou sou o que imagino ser?

Ou apenas serei uma imagem

Reflectida nos olhos de alguém?

 

Que imagem é aquela reflectida,

Que olho nos olhos da gente

Que apressada, ou lenta, passa

Por esta sombra vagabunda.

 

Serei a sombra fugidia nos olhos

Da gente que apressada vai sem destino,

Ou aquela sombra quase parada

Nos olhos de quem não tem para onde ir.

 

Conhecendo-me, ou desconhecendo-me,

Sei que caminho pela vida como sombra

De um eu que vive, sofre e interroga,

O caminho por onde passo a passo vou.

29
Mar22

Comentário 229

Zé Onofre

                   229  

 

022/02//08, sobre a publicação rimar pobre, Maria Soares

  

Passo a vida distraído.

 

Passo a vida a olhar o infinito,

A ver impossíveis no horizonte,

À procura de sonhos onde não podem medrar,

A tentar o possível em terrenos improváveis.

 

Passo a vida distraído.

 

Pouso os olhos no chão.

Fecho os ouvidos aos silêncios

Que gritam do mundo em volta.

Calco as pedras do caminho perdido.

 

 Passo a vida distraído.

 

Vou para longe dentro de mim.

Passo sem andar.

Lanço os olhos ao infinito,

Sem ver.

Abro os ouvidos

E nada ouço.

Rasgo a pele nos caminhos

E nem sinto o sangue a escorrer.

 

Passava pela vida distraído.

 

Um dia, cansado, atirei-me ao chão.

Para ali fiquei ainda mais esquecido

Do que andara até aí.

 

Por entre os olhos piscos

Já quase fechados de tanto não ver

Uma voz chegada de não sei onde,

Envolveu-me num véu tão leve e suave

Que me senti transportado

Para longes nunca sonhados.

Zé Onofre

23
Fev22

Comentário 216

Zé Onofre

                  216 

022/01/04, sobre uma publicação de Olga Cardoso, em A cor da escrita

 

De onde vem,

Para onde vai,

Quem toma aquele caminho?

Que procura

Quem por ele se encontrou?

 

Para se saber

É apenas caminhá-lo,

De mais infinito a menos infinito,

Pelo sonho.

A aragem,

A fantasia,

Dir-te-ão quando o encontrares.

Zé Onofre

06
Jan22

Comentário 192

Zé Onofre

                    192

 

2021/10/05, Sobre uma publicação de Fátima Ribeiro em sussurrosdaminhaalma.  

 

A ideia

De começar um caminho

É um passo.

Decidir

Iniciar a viagem

É outro

Já mais importante.

Fazer a viagem

Apreciar cada passo dado

Não querer saber do chegar

Nem onde chegar,

Mas chegar

Com outros caminheiros

Que connosco sonharam

Os mesmos passos.

    Zé Onofre

 

 

 

04
Jan22

Comentário 190

Zé Onofre

                   190

 

2021/09/26, Sobre a uma publicação de Sandra em cronicassilabaasolta.

 

 Quando falas em tu

É um “tu” especial,

Ou será em todos “tu”,

Que de uma maneira

Ou de outra,

Se cruzaram,

De modo mais ou menos marcante,

No teu caminho?

Olhando

Vejo-me nessa paisagem,

Embora não seja o “tu”

Que invocas

Tenho a certeza, contudo,

Que à beira do teu “tu”

Estou lá.

Invisível, mas estou.

Ou será numa paisagem semelhante?

  Zé Onofre

14
Dez21

Comentário 175

Zé Onofre

                    175

 

2021/08/21

 

 A minha vida

É um barco abandonado  

Ao sabor dos ventos

E das marés.

 

Nele aprendo

Com tentativas e erros.

Umas vezes,

Desastrado,

Quase voo borda fora.

 

Outras, remo sereno

No trilho do luar

Espelhado no mar.

 

Tento sempre

Seguir, só, o caminho

Passar levemente

Por entre as gentes,

Imitador da lua

Em noites de nuvens.

 

Sei, que reme

Seja para que lugar remar,

Levo como lastro

O que sou.

 

Terei que ondular

Até que a música

Me precipite no nada.

 Zé Onofre

 

22
Out21

Comentário 133

Zé Onofre

133

 

2021/06/11

 

Quando tropeço

No caminho da vida

Caio num profundo vazio.

Fico por lá

Sentado no vazio,

Observando o vazio,

Aumentando o vazio

Onde me encolho

E escondo.

Faço-me perguntas parvas

Que logicamente têm respostas ridículas.

Por lá estou feito tartaruga

Quando uma luz

Vinda de não sei onde,

Para não o sei por quê,

Me desperta do letargo.

Jamais me perguntei qual a cor daquele desterro.

Será que é azul,

Ou cada vazio

Em que tantas vezes caio

Terá a sua cor?

Apenas sei que, seja a cor que tiver,

Tem a cor do desespero.

Zé Onofre

27
Set21

Comentário 109

Zé Onofre

                   109

 

Que diabo,

Se passa com os homens?

Em que monstros nos tornamos?

Que seres

Insensíveis, fizemos de nós?

Em que encruzilhada

Tomamos o caminho errado?

Que fizemos

Da Humanidade Sonhadora?

Quantas vezes

Spartakus morreu às nossas mãos?

Quantas vezes

Crucificámos Cristo?

Quantas revoluções

Vimos abortar de mãos caídas?

Que fizemos

À Igualdade, Fraternidade, Liberdade?

Que fizemos do sonho de vermos

“Todos os homens nascerem livres e iguais?”

Que fizemos da vontade de unir                        

 “Os Proletários de todo o Mundo?”

Tanto sangue perdido

Para fazer um mundo melhor.

Tanto sangue derramado,

Para não haver “Judeu, ou Grego,

Nem senhor, nem escravo”.

Aqui estamos nós

Sonhadores

Que fomos,

Sonhadores

Que queremos continuar a ser,

Subjugados a um poder

Que sem rosto,

Governa sem lei,

E dá pelo nome de  

- Mercado.

Em que momento

Da caminhada

Nos desviamos do sonho?

   Zé Onofre

15
Set21

Comentário 97

Zé Onofre

           97

[Resolvi brincar  com palavras de outrem (que eram em prosa) e com elas escrever um novo texto.]  

Vamos

Estamos tão cheios de hoje,

Tão cheios de ontem

Tão cheios de futuro

Vamos velhos amigos

Dar a volta ao quarteirão

Sentar-nos num muro

Procurar espaços novos.

Vamos redescobrir o prazer,

De ver os desenhos das sombras,

Que projetam, no chão, as novas cores

Tudo o que ainda não existe

Mas podemos imaginar.

Vamos sem destino

E de mão dada ou separados

Acima

De novos escritos, de novos cheiros

Que nos façam rir, ou chorar.

Vem comigo  

Conhecer nas paredes

De tudo Fechar os olhos

Sentir, que nos esquecemos de nós.

Vamos, calçamos os sapatos

 E no mesmo caminho

 Pintar a cores imaginadas

 Como se não conhecêssemos

De sobra os objectos

Tudo o que ainda não existe.

Viver cada humor,

Por vezes parece-me 

Que receamos viver, saborear,

Que nos esquecemos que somos nós

Que vamos ali a andar lado a lado.

Olha, então vem comigo pensar

Como se fosse o primeiro, ou o último dia.

Vem comigo encontrar

Conforme as larguras de estrada

E até sem vista

Tudo o que ainda não existe

Ou, que havemos de conhecer

Vens?

  Zé Onofre

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