08
Dez21
Comentário 170
Zé Onofre
170
021/08/14
À noite
Na minha casa velhinha
De telha vã,
Ouvia o vento passar.
Algumas vezes
Era uma aragem
Doce,
Terna,
Suave,
Mãe a embalar o seu bebé.
Outras,
Um pouco mais ligeiro,
Assobiava,
Cantava,
Desafiava-me a sair
Para dançar com ele,
Com as folhas,
Pelos caminhos
No largo.
Umas outras
Passava violento,
Abrindo os telhados
Para que a minha cama se elevasse,
Veleiro celeste
Rumo ao infinito.
Zé Onofre