Comentário 156
156
2021/08/03
Procuro o silêncio
Nas horas plenas
Da noite avançada.
O silêncio solta a imaginação.
Rumo ao vazio,
Tento ler os segredos
Das suas origens
Que esconde com pudor
De se expor.
Enquanto vagueio
Entre as palavras não escritas.
Ele, maroto,
Decifra-me como se fosse de cristal.
Em mim descobre
Universos completos.
Estrelas,
Planetas,
Órbitas,
Probabilidades de Universos paralelos.
Rendido a ele,
Silêncio absoluto,
Silêncio escritor,
Meu mestre etéreo.
Rendido ao silêncio
Que é mar e sol,
Deserto e praia,
Cascatas e arco-íris,
Brumas e encantamento.
Submetido
Às colinas de palavras,
Flutuo de uma a outra.
Cada parágrafo, que não escreve,
É um precipício
Em que desfaleço
De onde me resgata
O veleiro da imaginação.
Zé Onofre