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Textos/comentários a publicações de autores de outros blogs.

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Comentários

18
Dez21

Comentário 179

Zé Onofre

                     179    

 

2031/08/28

 

Que pessoa haverá que não goste da vida?

Das pequenas coisa de que ela se faz?

Dos pequenos gestos que dão sentido ao momento?

De cheirar de longe os aromas de um jantar e tentar adivinhá-lo?

Quem não gosta das estrelas que de repente estão e num fechar de olhos se foram?

Quem não gosta das luzes, que se acendendo uma a uma, anunciam o fim do dia?

Zé Onofre

29
Out21

Comentário 139

Zé Onofre

                    139

 

2021/06/25

 

Gosto muito de bancos do jardim.

 

Não me interessa

Que seja uma pedra dormente,

Estendida na terra,

Ou assente em duas escravas.

 

Não me interessa

Que seja uma estrutura luxuosa

De ferro fundido,

Coberto com madeira pintada

Envernizada,

Ou gasta pelo uso.

 

Não me interessa

Que seja um tronco musgoso

Caído ao acaso na berma dos passeios,

Ou muito arrumadinho por mãos jardineiras.

 

Gosto deles todos.

Onde me sento a apreciar a vida

Que há para além das flores

E das árvores.

 

As crianças

Ciclistas no presente,

Futebolistas no momento,

Desconhecedores do futuro

Para onde o rego da vida os levará.

 

Aquele casal de idosos,

Parecendo cansados da vida,

Mas que ainda assim

Trocam olhares coniventes

E carinhosas festas leves nas mãos engelhadas.

 

A juventude

Que se deita no banco

Depois de um dia atribulado

De estudo,

Ou de trabalho,

Ou de palmilhar ruas

Em busca de um ganha-pão.

 

Aqueles jovens enamorados

Que, a continuarem assim,

Com aquela troca de lábios quentes,

De olhares incendiados,

Com as mãos exploradoras,

Nos quais já se preveem,

Crianças, Ciclistas e futebolistas,

Que inocentes aguardam

O futuro

A que o rego da vida as levará.

    Zé Onofre

28
Out21

Comentário 138

Zé Onofre

                 138

 

2021/06/21

 Que bom

Ouvir alguém chamar

E ignorar.

Que bom ouvir a chuva

Batucar

Nas vidraças

E fazer de conta

Que é hora

De continuar embrulhado

Nos lençóis quentes.

De novo mergulhar

No fundo do sono,

No profundo do sonho,

No âmago do ser.

Ficar

Sem noção do tempo ou do espaço.

Ficar

Apenas estendido

Sem saber de dia, nem hora,

Nem de trabalho, nem de descanso,

Esquecer tudo.

Esquecer o ser.

Esquecer o estar.

Navegar

Nos pingos de chuva

Que de um raio de sol

Faz um campo de cores.

Zé Onofre

08
Out21

Comentário 119

Zé Onofre

                    119

 

2021/05/23


Nota-se sempre a falta

De qualquer coisa

No lugar esperado.

Um fogão

Outro móvel qualquer.

Vamos e voltamos

Rotineiramente

Nem notamos

O que falta,

O que há de novo.

Um dia distraído,

Como outro qualquer,

Apercebemo-nos que falta algo.

No seu lugar

Há um algo desconhecido.

Descobrimos,

Então a falta,

Que aquela falta nos faz.

Não é a falta

Que a falta nos faz.

São as recordações

Que se foram

Com o que ali falta.

Vamos à arrecadação,

Não para ver o que falta,

Vamos para viver as memórias

Que se foram

Com aquela falta.

  Zé Onofre 

26
Set21

Comentário 107

Zé Onofre

107

 

Tanta luz.

Mais do que a luz permite.

Uma estrada de luz

Por onde os passos não têm conta

À procura do infinito.

O dia alonga-se,

Até ao pricipício,

Onde uma porta se abrirá

A jornada finda.

Mais luz haverá,

Luz, essa imensa,

Maior que a estrada criada pelo sol,

 Que vem do caminheiro,

                                                                                                                                            

Envergonhará o sol

Que triste se afogará no mar,

Iniciando a noite.

     Zé Onofre

15
Set21

Comentário 97

Zé Onofre

           97

[Resolvi brincar  com palavras de outrem (que eram em prosa) e com elas escrever um novo texto.]  

Vamos

Estamos tão cheios de hoje,

Tão cheios de ontem

Tão cheios de futuro

Vamos velhos amigos

Dar a volta ao quarteirão

Sentar-nos num muro

Procurar espaços novos.

Vamos redescobrir o prazer,

De ver os desenhos das sombras,

Que projetam, no chão, as novas cores

Tudo o que ainda não existe

Mas podemos imaginar.

Vamos sem destino

E de mão dada ou separados

Acima

De novos escritos, de novos cheiros

Que nos façam rir, ou chorar.

Vem comigo  

Conhecer nas paredes

De tudo Fechar os olhos

Sentir, que nos esquecemos de nós.

Vamos, calçamos os sapatos

 E no mesmo caminho

 Pintar a cores imaginadas

 Como se não conhecêssemos

De sobra os objectos

Tudo o que ainda não existe.

Viver cada humor,

Por vezes parece-me 

Que receamos viver, saborear,

Que nos esquecemos que somos nós

Que vamos ali a andar lado a lado.

Olha, então vem comigo pensar

Como se fosse o primeiro, ou o último dia.

Vem comigo encontrar

Conforme as larguras de estrada

E até sem vista

Tudo o que ainda não existe

Ou, que havemos de conhecer

Vens?

  Zé Onofre

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