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022/04/22
Sobre – saíste como entraste na minha vida, por Maria em silencios.blogs.sapo.pt/
Agora, espero ouvir passos
Caminharem até à porta de entrada
Do casulo onde vivo.
Agora, olho através do postigo,
Nem uma sombra se desloca
Para o casulo onde vivo.
Agora, cansado de esperar e olhar,
Apoio a cabeça nas mãos cansadas
Na mesa do casulo onde vivo.
Passam então, na tela dos olhos fechados
Imagens que o tempo, esse ladrão de cores
Tornou cinzentas, quase fundidas
Nas paredes do casulo onde vivo.
São imagens de tantas pessoas
Que vieram, que foram,
Com quem fiz mil e uma aventuras.
Habitam como fantasmas no casulo onde vivo.
Noutros tempos vieram
Cheios de vida e alegria, sóis da minha vida.
Partiram com saudades e saudades deixaram.
Agora nem alegria, nem sóis, nem tristeza,
Apenas fantasmas melancólicos
No casulo onde vivo.
Zé Onofre