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Comentários

04
Nov21

Comentário 145

Zé Onofre

                  145

 

2021/07/06

 

Foi há muitos anos.

Zizagueando pelas ruas do Porto,

Sem outro rumo,

Se não afastar a Faculdade.

Ao acaso

Entrei numa Biblioteca.

Li e gozei o silêncio.

Quando saí,

Não era tarde, nem cedo

Para o nada que havia para fazer.

Entrei,

Verdadeiramente entrei,

Pelo portão de um jardim gradeado,

Desrespeitosamente,

Por aquele tempo sagrado à natureza,

E atirei-me para um banco.

Era a hora de me abandonar e voar.  

Estava naquele presente/ausente,

Um riso cristalino e infantil

Trouxe lá dos confins,

Das nuvens perdidas

Que olhar algum alcança,

Para aquele chão,

Verdadeiramente encantado.

Uma mãe num outro banco

Perdia o olhar na filha,

Um olhar que luzia, 

Duas tranças que esvoaçavam,

Esquecida de tudo,

Ria e jogava a macaca.

 Zé Onofre

29
Out21

Comentário 139

Zé Onofre

                    139

 

2021/06/25

 

Gosto muito de bancos do jardim.

 

Não me interessa

Que seja uma pedra dormente,

Estendida na terra,

Ou assente em duas escravas.

 

Não me interessa

Que seja uma estrutura luxuosa

De ferro fundido,

Coberto com madeira pintada

Envernizada,

Ou gasta pelo uso.

 

Não me interessa

Que seja um tronco musgoso

Caído ao acaso na berma dos passeios,

Ou muito arrumadinho por mãos jardineiras.

 

Gosto deles todos.

Onde me sento a apreciar a vida

Que há para além das flores

E das árvores.

 

As crianças

Ciclistas no presente,

Futebolistas no momento,

Desconhecedores do futuro

Para onde o rego da vida os levará.

 

Aquele casal de idosos,

Parecendo cansados da vida,

Mas que ainda assim

Trocam olhares coniventes

E carinhosas festas leves nas mãos engelhadas.

 

A juventude

Que se deita no banco

Depois de um dia atribulado

De estudo,

Ou de trabalho,

Ou de palmilhar ruas

Em busca de um ganha-pão.

 

Aqueles jovens enamorados

Que, a continuarem assim,

Com aquela troca de lábios quentes,

De olhares incendiados,

Com as mãos exploradoras,

Nos quais já se preveem,

Crianças, Ciclistas e futebolistas,

Que inocentes aguardam

O futuro

A que o rego da vida as levará.

    Zé Onofre

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