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11
Dez21

Comentário 172

Zé Onofre

                    172 

 

2021/08/17

 

Quando o sol

Lentamente inicia

A transição do dia

Para a noite

Há um mistério

Que me enevoa os olhos,

Choro por dentro.

 

Vejo,

Para lá das vidraças,

Os campos verdes

Vestem-se de luto.

 

Algumas árvores

Abrigam a passarada

Com milhares de lençóis,

Enquanto,

Um melro tardio,

Pia ansiosamente

À procura do seu silvado.

 

Um cão tardio

Perdido em nenhures

Desconsolado

Ladra à lua.

 

As vidraças

Tornam-se espelhos,

Só vejo os meus olhos tristes,

Cansados,

Quase húmidos.

 

Abro a janela

De longe

Chegam gargalhadas

Cada vez mais longínquas.

 

Uma estrela

Depois outras

E ainda outra

Abrem caminho

À noite.

 

A melancolia evola-se,

Dá lugar ao sonho

Sem limites.

 

Lá vou eu

Pousar solitário

Numa árvore nua

Ouvir o silêncio,

O crepitar das estrelas.

 

Adormeço

Lápis caído

Sobre o caderno esquecido

Agora a minha almofada.

  Zé Onofre

 

14
Nov21

Comentário 153

Zé Onofre

                      153

 

2021/07/22

 

 Se a memória me não falha

Há cinquenta e dois anos

O Homem

Teve o atrevimento

Para ir daqui ali,

E já volto.

Fazer uma viagem

Ao queijo mais apetecido da história.

Conta-se que um lobo glutão,

Convencido por uma raposa astuta,

Mergulhou na água fria e profunda

De uma poça

Para abocanhar o leitoso queijo

Bem protegido por uma cortina aquosa.

O dito glutão,

Ganhou uma pançada de água,

Uns bigodes enlameados,

E um sufoco devido à lama que emborcou.

 

Naquela madrugada,

Quatro marmanjos,

Com idade para terem juízo,

Revezavam-se no maço de tabaco,

Para que nunca faltasse o fogo,

Enquanto esperavam,

O momento, único,

Em que Armstrong,

Se tornasse no Homem-Canguru,

Ao pôr o pé em solo lunar.

 

Era o fim da magia da Lua.

Acabavam-se os banhos de Lua

Que nos punham brancos como a neve.

Acabava-se a lenda do homem das silvas

Condenado a carregá-las

Ad aeternum  

Por ter trabalhado a um Domingo.

Acabavam-se as viagens

Interestelares num raio de luar.

Apenas,

Porque lá em cima

Naquele falso queijo da raposeta,

Há um homem que espia

Através do seu capacete,

Este pó estelar,

Que nós somos

Perdidos aos trambolhões

Neste pedaço de estrela azul.

 

O Homem,

Este resquício de uma explosão estelar,

É invencível

A sonhar mais longe que os limites do espaço.

Basta uma “Kodak”

O ponto certo da luminosidade,

Para colocar a lua tão longe

Que jamais algum “Armstrong”

Caminhará.

 

Assim

A raposeta continuará a enganar o lobo,

Continuaremos a viajar nos seus raios,

Será só nossa, em noites de céu limpo.

Brincará às escondidas com todos, 

Os amantes unir-se-ão corpo com corpo,

Até ficarem um só olhar,

 E descobrirão novos mistérios lunares.

 Zé Onofre

12
Nov21

Comentário 151.A

Zé Onofre

                 151.A

 

2021/07/17

 

 

Às vezes perco-me.

Há lugares por aí

Que já visitei

Sem ter saído da prisão onde me enredo.

A melancolia

Encerra-me

E torna-me tão pequenino

Que o sol se agiganta

Em bola de fogo ao alcance da mão.

A lua

Uma lagoa leitosa

Seio da mãe.

A névoa

Cortina cerrada

Que fecha os horizontes.

Nessas ocasiões

Futuro  vidas,

Novos lugares,

Novas gentes,

Novos mundos,

Novas galáxias…

E,

Para ser perfeito,

Vou de mão dada

Com a pessoa especial.

  Zé Onofre

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