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Comentários

14
Nov21

Comentário 153

Zé Onofre

                      153

 

2021/07/22

 

 Se a memória me não falha

Há cinquenta e dois anos

O Homem

Teve o atrevimento

Para ir daqui ali,

E já volto.

Fazer uma viagem

Ao queijo mais apetecido da história.

Conta-se que um lobo glutão,

Convencido por uma raposa astuta,

Mergulhou na água fria e profunda

De uma poça

Para abocanhar o leitoso queijo

Bem protegido por uma cortina aquosa.

O dito glutão,

Ganhou uma pançada de água,

Uns bigodes enlameados,

E um sufoco devido à lama que emborcou.

 

Naquela madrugada,

Quatro marmanjos,

Com idade para terem juízo,

Revezavam-se no maço de tabaco,

Para que nunca faltasse o fogo,

Enquanto esperavam,

O momento, único,

Em que Armstrong,

Se tornasse no Homem-Canguru,

Ao pôr o pé em solo lunar.

 

Era o fim da magia da Lua.

Acabavam-se os banhos de Lua

Que nos punham brancos como a neve.

Acabava-se a lenda do homem das silvas

Condenado a carregá-las

Ad aeternum  

Por ter trabalhado a um Domingo.

Acabavam-se as viagens

Interestelares num raio de luar.

Apenas,

Porque lá em cima

Naquele falso queijo da raposeta,

Há um homem que espia

Através do seu capacete,

Este pó estelar,

Que nós somos

Perdidos aos trambolhões

Neste pedaço de estrela azul.

 

O Homem,

Este resquício de uma explosão estelar,

É invencível

A sonhar mais longe que os limites do espaço.

Basta uma “Kodak”

O ponto certo da luminosidade,

Para colocar a lua tão longe

Que jamais algum “Armstrong”

Caminhará.

 

Assim

A raposeta continuará a enganar o lobo,

Continuaremos a viajar nos seus raios,

Será só nossa, em noites de céu limpo.

Brincará às escondidas com todos, 

Os amantes unir-se-ão corpo com corpo,

Até ficarem um só olhar,

 E descobrirão novos mistérios lunares.

 Zé Onofre

03
Nov21

Comentário 144

Zé Onofre

                  144

 

2021/07/06

 

Que confusão é esta agora?

Calmar,

De ficar sereno?

Calmar,

De dias com calor?

Calmar,

De sossegar os outros?

Dormitar,

Aqueles momentos mágicos

Antes do adormecer,

Ou o ir acordando,

Ao fim da madrugada?

Luzir,

Dar luz não é para todos,

É só para seres extraordinários

Mahatma,

Mandela,

Teresa,

Pai Américo,

João XXIII,

João Paulo I,

Martin Luther King, …

Sombrear,

De procurar sombra?

Sombrear,

De fazer sombra?

Sombrear,

De se encostar aos “grandes”

Convencidos

Que o respeito é como a gripe?

Sombrear,

Invejosos de que tudo são capazes

Para ocultar quem os afronta,

Que irão até ao assassínio?

Ansiar,

Fugir de si mesmo?

Ansiar,

Na espera do que há-de vir,

Tanto demora,

Que deve ter errado o caminho?

Ansiar,

Poder mudar o mundo

Com um golpe de magia?

 Zé Onofre

15
Out21

Comentário 126

Zé Onofre

126

 

Era já Setembro,

O dia ia caindo.

A ceia fora apressada.

A criançada 

Antecipavauma noite de desfolhada

Que entraria pela madrugada.

 Espreitavam

Os beijos envergonhados,

De rapazes e raparigas,

Dados apressadamente escondidos,

Dos olhos atentos dos pais,

Enevoados pela memória doce

Dos seus anos jovens.

A miudagem,

De olhos vivos,

Já um pouco gulosos,

Futuravam-se   

Ladrões de beijos.

O que não lhes passava pela cabeça,

Repleta de desejos futuros,

É que o perderiam

Para um tempo mecanizado,

Ou, mais triste ainda, 

Para uma Terra deserta.

   Zé Onofre

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