comentário 269
269
O22/05/21
Sobre o texto Alfazema, por Ana D., em 022/05/13, no Blog greenideas.blogs.sapo.pt
O rosmaninho.
O rosmaninho cresce nos taludes dos montes.
O rosmaninho cresce nos montes.
Não nasce sozinho o rosmaninho.
O rosmaninho nasce entre o amarelo do tojo.
O rosmaninho nasce entre o branco das giestas.
O rosmaninho nasce entre as florinhas das urzes.
O rosmaninho distingue-se no meio do mato.
O rosmaninho diferencia-se pelo cheiro.
A flor do rosmaninho é de uma elegância única.
A cor do rosmaninho é de um lilás só dele.
Era uma festa ir pelos caminhos,
Pelos montes, ao rosmaninho.
Ir ao rosmaninho era trazer para casa a primavera.
Com o rosmaninho fazia um tapete no caminho.
O tapete de rosmaninho começava no cimo.
O tapete de rosmaninho passava à porta de casa.
O tapete de rosmaninho ia até ao fundo.
Na porta de casa o rosmaninho fazia um redondo.
Do redondo ia rosmaninho mesmo até à porta.
Todo o caminho ficava a cheirar a rosmaninho.
Com a porta aberta a casa cheirava a rosmaninho.
Misturavam-se o cheiro do rosmaninho e dos doces.
Estourava um foguete, e o rosmaninho resplandecia.
O rosmaninho agitava-se ao ouvir a campainha.
Passos agitavam o rosmaninho que mais rescendia.
Gente entrava seguindo o caminho do rosmaninho.
Saiam ao som da campainha pelo odor do rosmaninho.
O rosmaninho ficava parado à porta que se fechava.
A casa ficava deserta guardada pelo rosmaninho.
A casa voltava a viver á noite e o fiel rosmaninho lá.
O rosmaninho ficava no caminho o tempo
Que o tempo levava a absorver o rosmaninho.
Zé Onofre