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Textos/comentários a publicações de autores de outros blogs.

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Comentários

23
Fev22

Comentário 216

Zé Onofre

                  216 

022/01/04, sobre uma publicação de Olga Cardoso, em A cor da escrita

 

De onde vem,

Para onde vai,

Quem toma aquele caminho?

Que procura

Quem por ele se encontrou?

 

Para se saber

É apenas caminhá-lo,

De mais infinito a menos infinito,

Pelo sonho.

A aragem,

A fantasia,

Dir-te-ão quando o encontrares.

Zé Onofre

28
Out21

Comentário 138

Zé Onofre

                 138

 

2021/06/21

 Que bom

Ouvir alguém chamar

E ignorar.

Que bom ouvir a chuva

Batucar

Nas vidraças

E fazer de conta

Que é hora

De continuar embrulhado

Nos lençóis quentes.

De novo mergulhar

No fundo do sono,

No profundo do sonho,

No âmago do ser.

Ficar

Sem noção do tempo ou do espaço.

Ficar

Apenas estendido

Sem saber de dia, nem hora,

Nem de trabalho, nem de descanso,

Esquecer tudo.

Esquecer o ser.

Esquecer o estar.

Navegar

Nos pingos de chuva

Que de um raio de sol

Faz um campo de cores.

Zé Onofre

26
Out21

Comentário 136

Zé Onofre

                     136

2021/06/19

Era uma vez um sonho

Que procurava

Um local mimoso para se aninhar.

Vivia lá no alto

Para lá das fronteiras do arco-íris.

 

Era uma vez um sonho

Que se perdeu

Balouçando à vez

Em cada uma das cores do arco-íris,

Que em pingos de água se criavam,

Cristalinas e belas

Da luz do sol.

 

Era uma vez um sonho

Soprado pelo vento

De nuvem em nuvem.

 

Era uma vez um sonho

Que se sentia abandonado

Sem casa, nem lar.

 

Era uma vez um sonho

Que esperava encontrar lá no chão

Uns braços,

Mesmo que minúsculos

O abraçarão.

 

Era uma vez um sonho

Que desejava ser cativado

Por um peito

Que o faça gritar de luz.

 

Era uma vez um sonho

Que queria dar luz aos cegos

Que veem passar os sonhos

E os deixam passar.

Queria gritar-lhes

Que os sonhos

São tesouros tão raros

Que é crime

Ter braços

E não os abraçar.

  Zé Onofre

29
Set21

Comentário 111

Zé Onofre

                 111

 

Que haverá  

Além,

Além da colina rochosa,

Colina rochosa, que encurta,

Encurta, o horizonte?

Que haverá

Para além das rochas

Mais areia, mais mar?

Ficamos?

Iniciamos a caminhada?

A caminhada

Para encontrar o mais longe,

Ou ir além

Do mais longe?

Sentámo-nos,

A imaginar o sem fim?

Sentámo-nos,

A visualizar aléns?

O sonho manda caminhar,

Para onde?

Seguir os passos

Que os sonhos guiam

Pelo caminho

Que faremos a caminhar.

O caminho

Onde novos sonhos.

Surgirão

A desenhar novos caminhos.

Cada pegada,

Marca de um sonho cumprido

Início de um outro

A cumprir-se.

Chegados,

Onde pensávamos ser o fim,

Mais longes se erguem.

Mais sonhos por onde irmos.

   Zé Onofre

27
Set21

Comentário 109

Zé Onofre

                   109

 

Que diabo,

Se passa com os homens?

Em que monstros nos tornamos?

Que seres

Insensíveis, fizemos de nós?

Em que encruzilhada

Tomamos o caminho errado?

Que fizemos

Da Humanidade Sonhadora?

Quantas vezes

Spartakus morreu às nossas mãos?

Quantas vezes

Crucificámos Cristo?

Quantas revoluções

Vimos abortar de mãos caídas?

Que fizemos

À Igualdade, Fraternidade, Liberdade?

Que fizemos do sonho de vermos

“Todos os homens nascerem livres e iguais?”

Que fizemos da vontade de unir                        

 “Os Proletários de todo o Mundo?”

Tanto sangue perdido

Para fazer um mundo melhor.

Tanto sangue derramado,

Para não haver “Judeu, ou Grego,

Nem senhor, nem escravo”.

Aqui estamos nós

Sonhadores

Que fomos,

Sonhadores

Que queremos continuar a ser,

Subjugados a um poder

Que sem rosto,

Governa sem lei,

E dá pelo nome de  

- Mercado.

Em que momento

Da caminhada

Nos desviamos do sonho?

   Zé Onofre

28
Ago21

Comentário 78

Zé Onofre

          78

O sonho nasce

De uma gota de orvalho

Refractando o sol da manhã.

Do piar de um recém-nascido,

Embalado pelo vento,

No seu berço no alto de uma árvore.

Da lágrima de uma mãe

Quando sente o bebé,

Saído do seu ventre,

No seu colo ávido de dar ternura.

De um sussurro do vento

Nas folhas de um bosque.

Do balir de um anhito,

Tropeçando, ainda, nas suas frágeis pernitas.

Do cantar de uma fonte,

Futuro ribeiro, ou rio,

Leito de sonhos levados para o mar.

Do Olhar de uma pessoa enamorada,

A ver o respirar manso da amada.

Do beijo delicado dos amados,

Numa noite de luar, ou de estrelas.

Do amor concretizado

Num momento único e simples.

Este sonho

Que nasce e renasce,

Que floresce em flores,

Amadurecem em frutos,

Que maduros largam as sementes no vento,

Nasceu no momento,

Ou quem sabe milhões de anos antes,

Em que um primata,

Inadvertido desceu de uma árvore,

E, sem saber o que fazia,

Caminhou pela Savana

Até se manter erecto.

   Zé Onofre

04
Ago21

Comentário 48 e 49

Zé Onofre

48

2021/03/20

Também eu sou certamente dois, ou três.

O como me sonho dentro de mim.

O que me vejo no espelho,

Que reflete um outro que desconheço. 

E um terceiro, talvez o verdadeiro,

O que os outros vêm.

Fico sempre a suspirar

E a monologar.

Feliz foi Pessoa

Que era quem queria ser,

E quando queria ser,

E com uma clareza tal

Que nos convence

Que é eles todos.

  49

2021/03/21

Poema há-de ser.

Com todas as cores de todos os poetas.

Com todas as cores de todos os falares.

Com todas as cores de todas as almas.

Com todas as cores de todas as alegrias.

Com todas as cores de todos os chorares.

E se o poema se recusar vir?

Se o poema se recusar

Partilhar?

Se o poema se recusar

Aprisionar?

Vinde todos os ventos,

Vinde todas as aragens,

Vinde todas as tempestades,

Trazei até esta praia

Todos os poetas e todos os loucos.

Com os seus corpos nus,

Com as suas almas puras,

Deles faremos o poema

O mais belo que se poderá cantar.

  Zé Onofre

 

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