Comentário 136
136
2021/06/19
Era uma vez um sonho
Que procurava
Um local mimoso para se aninhar.
Vivia lá no alto
Para lá das fronteiras do arco-íris.
Era uma vez um sonho
Que se perdeu
Balouçando à vez
Em cada uma das cores do arco-íris,
Que em pingos de água se criavam,
Cristalinas e belas
Da luz do sol.
Era uma vez um sonho
Soprado pelo vento
De nuvem em nuvem.
Era uma vez um sonho
Que se sentia abandonado
Sem casa, nem lar.
Era uma vez um sonho
Que esperava encontrar lá no chão
Uns braços,
Mesmo que minúsculos
O abraçarão.
Era uma vez um sonho
Que desejava ser cativado
Por um peito
Que o faça gritar de luz.
Era uma vez um sonho
Que queria dar luz aos cegos
Que veem passar os sonhos
E os deixam passar.
Queria gritar-lhes
Que os sonhos
São tesouros tão raros
Que é crime
Ter braços
E não os abraçar.
Zé Onofre