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12
Out21

Comentário 123

Zé Onofre

                     123

 

Voar nas asas do desafio,

Venha em corpo de gaivota

Ou no de um pequeno guarda-rios,

Ir muito acima da mais alta cota.

 

Ir ao horizonte cortar o fio

Alargar o espaço que nos toca.

Desse longe, olhar este sítio

Que não sei se abriga ou sufoca.

 

Voar nas asas do desejo

Ver o sentido íntimo do ser.

Tentar descobrir o que não vejo,

 

Desde o primeiro raio do alvorecer

Até que o sol no seu diário passeio

Se despenha no mar ao anoitecer.

12
Ago21

Comentários 58

Zé Onofre

58

Depois de um esforço de memória,

Faço eu de conta,

Quando sei a resposta de pronto.

Foi no final deverão de 1959,

Numa adega,

Na adega da Casa do Ribeiro.

Os meus irmãos mais velhos fizeram tudo.

Autores, encenadores, actores, carpinteiros,

Cenógrafos, contra regras, bilheteiros,

Publicistas, tudo…

Naquele fim de verão,

Como em todas as "récitas" de aldeia,

Levavam à cena um drama,

Noivado do Sepulcro,

Baseado num poema de Soares de Passos,

E uma comédia

Três estudantes em férias.

Estaria tudo resolvido.

Porém a récita teria que se alongar,

Teria que ocupar pelo menos três horas.

Então os senhores directores  

Tiveram uma ideia genial.

Os dois mais novos vão entrar em cena.

Tu recitarás "Os ninhos" e a "Caridade".

E eu? Tu? Logo veremos.

Então, não sei como, puseram-me,

A mim, que nunca tinha visto o mar,

A recitar "Eu já vi o mar".

Foi um Sucesso.

Disse uma vez, e o público, bis, bis...

Uma segunda vez, e o público, bis, bis...

Uma terceira vez; e o público, bis, bis...

Muito senhor da minha pouca idade

Fitei as pessoas bem fitadas nos olhos,

E declamei alto e bom som

"O bis, à merda".

Foi um sucesso estrondoso,                          

De tal maneira que uma criança como eu,

Disse lá do seu lugar

- Esta foi a melhor comédia.

Em cena foi um esplendor.

À saída de cena estava um pé ligeiro,

Que acertou em cheio no traseiro,

E me vez voar para o Camarim.

    Zé Onofre

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